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quarta-feira, 28 de março de 2018

Tirar a válvula termostática é mesmo bom?

Tirar a válvula termostática é mesmo bom?

A válvula termostática é um item muito importante em qualquer carro (exceto se for elétrico), mas alguns mecânicos recomendam que se tire esse dispositivo para que o carro tenha maior durabilidade e evite aquecimento do motor. Mas, será que retira-la é mesmo bom? Antes de mais nada, é preciso explicar o que é essa válvula e qual sua função dentro de um automóvel.

Trata-se de um dispositivo eletromecânico que controla o fluxo de líquido de arrefecimento entre motor e radiador. Essa válvula utiliza um sistema de cera que tem a característica de se expandir para prover o acionamento para abertura e fechamento do duto de água. Sua função é controlar as temperaturas de funcionamento do motor e prover um pré-aquecimento do mesmo, quando este está frio.

Um motor normalmente funciona com uma faixa de temperatura ideal e isso só é possível por conta da válvula termostática. Quando um motor está frio, especialmente os flex e movidos puramente com etanol, a válvula termostática impede que o fluxo de líquido de arrefecimento no bloco e cabeçote alcance as serpentinas do radiador. Nessa fase, a temperatura do propulsor é muito baixa e não permite um funcionamento com rendimento melhor.

Todos os motores a combustão precisam se aquecer para que seu funcionamento seja ideal, evitando consumo em excesso e emissões elevadas. É por isso que alguns fabricantes até hoje não abrem mão do bloco de ferro fundido, especialmente nos motores diesel, já que este conserva a energia térmica por muito mais tempo que o alumínio.

Para que esse aquecimento ocorra mais rápido, é necessário mais do que represar o líquido de arrefecimento, mas uma mistura rica em combustível para que a produção de energia seja acentuada. É nessa fase que consumo e emissão são críticos, sendo um dos motivos que tornaram “janela térmica” um dos pivôs do Dieselgate na Europa. Mas de volta à válvula termostática, ela permanecerá fechada.

Conforme o líquido da refrigeração esquenta, sua temperatura vai atingir um nível em que será necessário sua passagem pelas serpentinas do radiador. Nesse ponto, a válvula irá abrir-se gradualmente para que haja um fluxo de líquido sendo resfriado de forma harmônia, sem choques térmicos. Essa mistura deve encontrar-se dentro da faixa de funcionamento normal do motor, que varia de acordo com cada projeto.

Dessa forma, a válvula termostática garante um fluxo de líquido refrigerante em temperatura adequada dentro do bloco e cabeçote do motor, independentemente se este tem um, dois ou três circuitos de refrigeração independentes. Funcionando de forma correta, o motor só tende a ter sua vida prolongada.

Porém, seu defeito pode acarretar em superaquecimento do motor, já que não haverá passagem de água para o radiador e a temperatura alcançará um nível crítico, onde ocorrerão inúmeros problemas dentro do motor, chegando à sua fundição. Motores mais complexos, tais como com injeção direta ou turbocompressor, por exemplo, podem conter até duas válvulas termostáticas.

Retirar válvula termostática não é bom!

Para se evitar um problema como esse, de superaquecimento por causa da válvula termostática, alguns “mecânicos” recomendam a retirada do dispositivo para que haja um fluxo de água constante entre motor e radiador. O problema real é que quem recomenda se esquece que o superaquecimento do motor pode se dar por muitas outras formas, tais como vazamentos que provocaram redução da quantidade de água, bomba d´água com defeito, correia da bomba d´água frouxa ou quebrada, falha da ventoinha do radiador, queima da junta de cabeçote, radiador e/ou galerias do motor entupidos, baixa pressão da refrigeração, entre outros.

Porém, muitos já escolhem a válvula termostática como responsável para todas as faltas nesse jogo do funcionamento do motor e pede sua retirada de campo… Mas então, o que acontece se o fluxo de líquido refrigerante permanece o tempo todo liberado. Bom, deve-se lembrar que é exatamente assim que o motor deve funcionar em seu regime de trabalho normal, com temperaturas dentro de uma faixa específica.

Mas até chegar lá, o motor após a ignição, ainda estará muito frio, pois a água não vai se aquecer na mesma velocidade. Será um processo mais demorado e nisso, o líquido perde sua capacidade de pré-aquecer o motor e será necessário mais combustível para uma mistura rica e com isso, mais poluentes serão lançados na atmosfera. De um lado, o dono do carro perde em combustível logo de cara. Do outro, o meio-ambiente perde mais um pouco com emissão extra de poluição, por causa do pré-aquecimento irregular do motor.

Como ninguém quer ficar esperando pelo aquecimento ideal do motor, sair com ele dessa forma só trará despesas e uma vida mais curta para o motor, além de falhar de funcionamento, que trazem um desprazer total ao volante. Quando a válvula termostática é trocada, um dos erros mais frequentes é a compra de uma peça de outro motor. A confusão vai gerar problemas de funcionamento e isso significará problemas com o aquecimento.

No passado, quando não existia carros flex, além da marca/modelo/motor do carro, era preciso saber se a válvula termostática era para um motor a gasolina ou para o álcool. Normalmente, o dispositivo para o combustível vegetal tinha uma faixa de temperatura com abertura plena superior ao do derivado do petróleo.

Quando um carro chegava à oficina com histórico e problemas relacionados com superaquecimento, o mecânico trocava a original de álcool por uma de gasolina, fazendo assim com que o fluxo refrigerante entrasse mais rapidamente no radiador para manter a temperatura geral mais baixa.

Isso era muito comum nos carros dos anos 80 e 90, mas com a chegada dos motores flex, a válvula termostática passa a ser de um único tipo, sem a chamada “cabeça”, sendo esta última uma característica de peças para gasolina, que reduzia o fluxo antes da abertura total. Na versão do álcool, sua ausência permitia uma passagem de água mais rápida para o radiador. Agora, ela precisa ser assim para funcionar com etanol. Por isso, quem tem um carro mais antigo, mesmo o pré-flex, é preciso estar atento ao funcionamento do motor e, em especial, à refrigeração.

Como testa-la?

Se a dúvida paira sobre a válvula termostática, no caso do motor aquecendo além do normal, recomenda-se testa-la para averiguar se o problema não está relacionada com ela. Nesse caso, geralmente é feita sua retirada e após colocada em uma vasilha com água, deve-se aquece-la em determinada temperatura para ver o quanto ela está abrindo. Dependendo dessa diferença, saberemos se ela está ou não funcionando corretamente.

Além disso, se seu estado estiver muito ruim, cheio de ferrugem e com estrutura comprometida, o melhor é substituí-la por uma nova que, conforme já comentamos acima, precisa ter a mesma especificação da original. Quando o mecânico fala em durar mais o motor, não se refere apenas ao não aquecimento do motor, mas também em relação à peça. Como tem vida útil limitada, a válvula termostática pode durar mais ou menos, e isso dependerá apenas do líquido de arrefecimento.

Sem o mesmo conter muita sujeira, como ferrugem em excesso, por exemplo, esses resíduos se acumularão na válvula termostática e esta poderá travar por causa dos detritos. Outro ponto é o uso de aditivos não específicos para o motor, que agirão agressivamente com a peça, iniciando um processo de corrosão fatal para o dispositivo.

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